A pedido de alguns companheiros petistas, o blog reproduz artigo “Para governador…”, de autoria do jornalista e dirigente do PT, o polêmico Henrique Sousa.
Sousa defende a candidatura do deputado Flávio Dino para governador e do petista Bira do Pindaré para o Senado. Antes, porém, gostaria de tecer alguns comentários sobre o artigo do secretário de Comunicação do diretório municipal do PT de São Luis.
O artigo de Henrique surge no momento em que o presidente do estadual do PT deputado Domingos Dutra, coloca, também, o seu nome como para a disputa ao governo do Maranhão.
De certa forma, o artigo do Henrique Sousa não traz grandes novidades, já que sempre foi um árduo defensor da candidatura de Flávio Dino em aliança com o PT. Talvez a forma elegante e gentil que trata José Reinado, seja a única novidade apresentada no artigo do ex-secretário adjunto das Cidades, no governo Jackson Lago.
Contudo, e isso é inegável, o artigo tem de positivo o fomento ao debate democrático, interna e externamente ao PT.
Nesse sentido, devo dizer que discordo frontalmente com a tese defendida no artigo de que uma eventual candidatura própria petista “seria resignar o papel do PT a ridícula condição de laranja do Sarneysismo ou dos tucanos-pedetistas”. Talvez Henrique Sousa tenha sido levado por uma súbita e triste lembrança do que aconteceu com a candidatura do PT, nas eleições de 2002. Não seria o caso em 2010, pode ter certeza, Henrique.
Abaixo, a íntegra do artigo de Henrique Sousa.
PARA GOVERNADOR…
Por LUIS HENRIQUE SOUSA
Flávio Dino. Para Senador Bira do Pindaré. Ombreados pelo PSB (Agora vai?) este é o desenho político a ser perseguido nas eleições do ano que vem por PT e PC do B. Desenho de razoabilidade e maturidade dos dois partidos de esquerda no Maranhão.
Flávio e Bira representam os ventos de mudança na política do Maranhão. Mudanças que não estão restritas ao caráter geracional, podem e devem repercutir as mesmas salutares alterações políticas ocorridas no país, a partir da eleição do presidente Lula. Cada um por seu turno e atuação, são nomes naturais da esquerda para a disputa majoritária em 2010. Constituem emblematicamente o projeto em curso no Brasil e são possuidores de profunda identificação com ele.
Uma chapa que poderá ser complementada com a presença do PSB, na figura do ex-governador Zé Reinaldo, muito embora, pela mesma razoabilidade, o nome do ex-governador fortaleceria muito mais o projeto, se disponibilizado para encabeçar a chapa dos deputados federais. Zé Reinaldo, até sozinho, é garantidor de quociente eleitoral. Bancada federal que será fundamental em quaisquer circunstancias, na condição de situação ou de oposição. Além do que mais de uma candidatura ao senado colocará em risco a potencialidade do pólo de esquerda. Sacrifício (ou sabedoria?) que não diminuirá Zé Reinaldo, muito pelo contrário, seria um gesto altruísta, gesto que ele já foi capaz de fazer na eleição passada, quando permaneceu no cargo e fez o sucessor, ainda que mais tarde a justiça eleitoral o tenha apeado do poder.
Muito embora o PMDB só disponha de um nome competitivo, Roseana ou Lobão, a fragmentação da oposição, considerando ainda a debandada de Vidigal para o consórcio tucano-pedetista, pode inviabilizar o assento no senado e perda do espaço para as chamadas “estruturas de campanha”, hoje, única alternativa dos peemedebistas para garantir as duas vagas em disputa.
Certamente não faltarão vozes petistas a defender candidatura própria, aliás, algumas destas vozes já ecoam. O argumento é que o PT não pode continuar a ser linha auxiliar de poder das demais forças de oposição; que tem que ter proposta e projeto próprio; que o partido precisa fortalecer suas lideranças; abrir picadas na perspectiva de apresentar um plano de desenvolvimento alternativo para Maranhão e, por tabela, que viabilize as candidaturas petistas. Todos estes argumentos seriam válidos, se o PT tivesse unidade e o tal projeto político-eleitoral. Francamente não tem, e se tem, está disperso na disputa interna do partido ou na distancia que os intelectuais petistas guardam das hostes partidárias.
Ao contrário de situações anteriores em que primeiro foi preciso o PT definir o comando, para só depois definir a tática, os caminhos possíveis parecem claros e cristalinos. Nem é preciso esperar pelo PED (eleição interna do PT) para saber quais alternativas estão reservadas para 2010: PMDB de Sarney; PDT tucano; o pólo de esquerda (PT, PC do B e PSB) ou candidatura própria. Portanto, a conjuntura impõe ao partido dos trabalhadores o seguinte recado: não dá pra andar sozinho, tão pouco mal acompanhado.
Da síntese, sozinho ou mal acompanhado, entenda-se como sozinho uma candidatura solo, completamente inviável para garantir eleição de senador, deputados federais, no máximo, exitosa apenas para deputado estadual. Na rica conjuntura, seria resignar o papel do PT a ridícula condição de laranja do Sarneysismo ou dos tucanos-pedetistas. Não tardaria e a campanha presidencial desembarcaria no Maranhão no palanque do PMDB, seguramente, neste caso, mais forte, competitivo e atraente para os interesses do PT nacional (intervenção branca).
Por mal acompanhado entenda-se qualquer aliança que una o PT ao consórcio tucano-pedetista, insustentável (intervenção bruta) ou ao PMDB de Roseana que é a contradição histórica das lutas e sonhos do PT no Maranhão.
É hora de quem sabe fazer. É hora de abrir o debate para o Maranhão que queremos. É hora de construir o Maranhão que podemos. Mão na massa e pé na estrada. Vem, vamos embora, porque o Maranhão é grande.
"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar"
( Eduardo Galeano)
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar"
( Eduardo Galeano)
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
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